Estrangeirização da terra, do vento e do sol
A formação de um novo regime
DOI:
https://doi.org/10.26489/rvs.v37i55.6Palavras-chave:
novo regime de estrangeirização, territorialização dos ventos, territorialização do sol, desterritorialização, territórios de esperançaResumo
Desde 2014, investigamos a estrangeirização de terras no Brasil no Banco de Dados de Lutas por Espaços e Territórios (DATALUTA). Os dados de 2014 e 2022 mostram uma mudança nos investimentos da territorialização do extrativismo agrícola para a territorialização do extrativismo energético com a produção de energia eólica e solar, gerando um novo regime de estrangeirização de terras. Analisamos esses dados e dois estudos de caso para compreender as disputas territoriais e as mudanças nas territorialidades: um caso no estado do Ceará, onde duas comunidades impediram o processo de desterritorialização e outro no Rio Grande do Norte, onde a comunidade sofre os impactos de um parque eólico resultante do investimento de fundos e empresas multinacionais.
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