Governando “tragédias”.
Vítimas, dispositivos e responsabilidade em dois casos
DOI:
https://doi.org/10.26489/rvs.v35i50.4Resumo
Neste documento, propomos abordar duas catástrofes argentinas (um incêndio durante um show de rock e a explosão de um edifício), analisando a implantação de um “governo de catástrofes”. Lidamos com a implementação de dispositivos estatais e não estatais que definem quem são as vítimas, vítimas, sobreviventes, mas também os usuários ou consumidores afetados. Estas são categorias que expressam uma valorização social desigual do sofrimento. Argumentamos que, para entender o processo de produção social das vítimas, é necessário abordar a relação recíproca desses dispositivos com o processo de atribuição causal e o trabalho de imputação de responsabilidade política. Ao fazer isso, nos concentramos nas avaliações morais dos agentes e destacamos o caráter relativo e contextual dessas formas de categorização